A menina e o gato

1º Capítulo

Um desastre

Era uma vez uma menina chamada Mariana que ia todos os dias a um pomar apanhar fruta.
Um dia a menina viu um gato no topo de uma pereira. Tentou saltar para o apanhar mas a pereira era muito alta, por isso, a Mariana decidiu ir buscar umas escadas, mas as escadas eram muito baixas. Sentou-se a pensar e, por fim, lembrou-se que podia atirar uma corda e subir. Ela não pensou mais, atirou a corda, subiu e conseguiu apanhar o gato.
A Mariana decidiu ficar com o gato mas havia um problema: a sua mãe e o seu irmão não gostavam de animais! Então ela escondeu-o num bosque que havia lá perto.
No dia seguinte, voltou ao pomar, como fazia todos os dias, e levou o gato com ela. No entanto, ela não sabia que o seu irmão Pedro a estava a espiar. Este foi logo contar à mãe que lhe disse para ir buscar o gato ao bosque. Quando a menina chegou a casa, a mãe mandou-a logo para o quarto. Quando ela entrou, o irmão que já lá estava perguntou-lhe se ela gostava de animais e a menina sem suspeitar de nada, respondeu-lhe:
- Ei mana, tu gostas de animais, por exemplo cães, gatos, ratos ou pássaros?
- Sim, tens razão, eu gosto de animais, principalmente de gatos.
O irmão respondeu, não muito agradavelmente:
- Ainda bem que gostas de gatos, eu tenho um aqui para ti.
Por trás da menina, a mãe abriu a porta do quarto e trazia o seu gato preso numa jaula. A menina tentou salvar o gato mas o irmão agarrou-a dizendo em voz alta para a mãe:
- Quanto mais depressa afogares o gato melhor!
A menina começou a gritar em desespero:
- Ajudem-me por favor, ajudem-me…
Foi sorte a dela estar um guarda florestal perto da casa, que ouviu e pensou que não se estava a passar uma coisa uma boa ali. Quando se aproximou da casa entrou pela janela sem outro objectivo. Agarrou na menina, deixando o gato para trás e fugiu com ela dentro do seu jipe. Foi azar o jipe ter avariado e terem ido parar ao bosque.
Demoraram meses até arranjar o jipe. Quando, por fim, o arranjaram dirigiram-se para a cidade onde a Mariana foi adoptada porque não podia continuar a viver naquela casa onde a tratavam mal.

Texto escrito pela Constança